Depoimentos

Com a palavra, os delinquentes que viajaram com a gente

Luis Augusto Damasceno Melo

Niterói, 44 anos

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Participante das expedições:
Patagônia e Atacama

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Quando, por algum motivo cósmico, instagramável, aleatório algoritmizado eu me deparei com dois meliantes numa live se dizendo organizadores de expedições pela Patagônia e pelo deserto do Atacama, meu lado emocional do cérebro comprou o discurso, enquanto o lado racional do cérebro pensou: É Golpe! Certeza que é golpe!

Contudo, como quase todo carioca que vive em meio ao caos, eu dobrei a aposta. Decidi que o risco de tomar uma volta não era nada frente ao coma social vivenciado nos “asfaltos” e simbolizados nos “postes” dispostos pela “Matrix” pelas ruas da cidade, e que, portanto, valia a pena entregar meus tão suados [vinte centavos] e rodar o mundo com essa putada. No ruim de tudo, caso sequer conseguisse embarcar em alguma “kombi voadora”, eu tomaria um porre de alguma Ypioca ouro em algum bar com ovo rosa e sanduba de carne assada no pão francês, ali mesmo perto do Santos Dumont.

O foda foi que esses putos haviam sido verdadeiros e agora que eu aterrissara, com alfajor nos dentes, na cidade de El Calafate. Ali teria que lidar com uma realidade fora da “Matrix”, com vários desconhecidos que se tornariam amigos de infância logo após a primeira garrafa de Fernet vir à pique.

E esse foi só o início do resto de nossas vidas como eu pensava, logo que a primeira trilha ficou para trás.

Em meio a Fernet, muita risada e sessões de igualação – onde qualquer médico, zelador, caixa de mercado, advogado, empresário, oceanógrafo, engenheiro, fotógrafo, influencer e até ex-presidentes se tornaram, literalmente, iguais! -, sem nada que nos infligisse alguma hierarquia social retrógrada dos grandes centros urbanos, fomos descobrindo a leveza e a beleza do simples e de como é incrível conhecer os outros e suas visões de mundo.

Lama, cansaço, neve, calor e paisagens surreais que parecem horizontes de outros planetas não são nada comparado ao que um grupo de desconhecidos se tornou ao longo deste ano inteiro de apenas 12 dias. Com dezenas de garrafas de Fernet e mandinga da boa para ressurreição pós apocalipse diária, foram porres pré eleições históricas a serem contadas – umas publicáveis, outras não.

Pra fechar esse blá blá blá sobre essesxxx delinquentesxxx – e uma ovelha negra da família, que foi convencida a casar com um dessesxxx putõesxxx:: falo da queridíssima Ana, que por descuido convidou o Brasil todo pro seu casamento (foi FODA para KÁRÁLÊÔ) -, posso dizer que se você tá pensando em viajar com sua nutella na mochila, cama com lençol 180 fios e ar condicionado split inverter de 18.000 BTUs no seu quartinho BB, simplesmente fuja agora e bloqueie essa turma da tudo na sua vida.

Mas, se você quer conversar com a lama, sentir dor de verdade, ter ressacas de Fernet, calçar as havaianas da humildade em frente ao que é chegar no Fitz Roy e não ligar para comunicação não tão literária como você vê em Harvard, posso te dizer com certeza: se fudeu mermão. Teu lugar é com essa putada. E já vou logo te alertando: não seja tão sentimental, porque esse time tem o canto da sereia e quem os conhece não consegue mais ir embora.

Que foda! Tô fudido também!

Camila Togni

Porto Alegre, 23 anos

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Participante das expedições:
Andina e Patagônia

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Durante as minhas duas décadas e pouco de vida, sempre senti que a rotina de estudo, trabalho, dormir, acordar, ver televisão, ir pra festas nas horas vagas – e fazer isso repetidamente com um sorriso forçado já que era, claramente, o que todos estavam fazendo – não era, nem de longe, o que me fazia sorrir de verdade. Mas como uma boa guria do interior do Rio Grande do Sul, eu era ensinada a isso e tentava, em vão, me encaixar e pertencer a estilos de vida que nunca me apeteciam enquanto eu via a vida passar dentro das salas de aula e escritórios que, a mim, pouco ensinavam.

Aí por 2016 eu conheci o Felipe e, meio que sem saber como, acabei aceitando viajar na Expedição Andina, conhecendo de vista umas duas pessoas e por foto alguns lugares. Depois disso a minha vida mudou. Não to falando no sentido figurado, de como viajar é lindo e essas duas semanas de viagem foram incríveis e conheci pessoas maravilhosas. Eu já sabia que aconteceria, porque o Felipe já tinha me convencido disso. A minha vida mudou porque eu tive uma sensação de encantamento nunca antes provada por mim. Viajar deixou de ser aquilo que eu, com muita sorte e caso meu chefe quisesse me dar os dias de folga que eu pedia, poderia fazer por duas semanas no ano e passou a ser um estilo de vida. Viver na correria da cidade, enfrentar trânsito todos os dias e passar mais de 8h do meu dia em salas que me privavam de tudo aquilo que eu amava passou a não fazer sentido pra mim. É claro que não larguei meu trabalho e faculdade, mas eu aprendi a viver apesar disso. Aprendi a, diariamente, encontrar o encantamento nas coisas que antes eu não conseguia – e, não por acaso, coisas que sempre encontro quando estou em contato com a natureza, seja cheirar uma flor na saída do trabalho, seja dirigir quarenta minutos no intervalo do almoço pra colocar os pés em algum rio mais afastado da cidade. Larguei meu emprego fixas de trabalho em um Órgão Público e comecei a trabalhar num projeto criado por mim mesma pra trabalhar de onde eu quiser a hora que eu quiser.

Além disso, depois da minha primeira viagem, minha meta é trabalhar apenas o suficiente pra encontrar com as montanhas uma vez por ano – até que eu consiga fazer das montanhas o meu lar e trabalhar seja só aquilo que eu faço pra passar o tempo e não mais aquilo pra ganhar a vida – afinal, aprendi que a vida não se ganha nas horas que eu passo dentro de um escritório.

Outra coisa que de que eu nunca gostei foi de frases motivacionais, por isso quando as pessoas comentam das minhas viagens e me perguntam como eu faço pra “viajar muito”, além de falar da maravilha que é viajar com as pessoas incríveis como o pessoal da LRM, eu digo que cada um tem a vista da montanha que subir. E eu digo também que eu não tô falando isso no sentido motivacional, pra trabalhar horas e horas pra conseguir comprar um carro novo ou todo aquele papo de coaching que as pessoas dizem quando querem que tu trabalhe como uma máquina. Eu tô dizendo pra levantar a bunda da cadeira e subir a porra de uma montanha, porque lá de cima a vista é MESMO a coisa mais bonita que tu vai ver na vida.

Sabrina Ehrenbkienk

Brasília, 26 anos

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Participante das expedições:
Patagônia, Jalapão e Guatemala

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Fui obrigada a escrever isso, mas juro que é de coração!

Eu já seguia os meninos no Instagram há algum tempo – antes mesmo da La Ruta Madre ser oficializada -, sempre tive vontade de viajar com eles e até que foi possível encaixar as datas! Antes da viagem prestaram suporte desde a compra da passagem até a compra de roupas/acessórios adequados para as trilhas. Viajamos pela Patagônia argentina e a viagem não foi nada menos do que perfeita! Super receptivos, atenciosos e prestativos, criaram rapidinho um ambiente onde todos ficaram a vontade!

A CVC fica no chinelo perto do serviço completo que a LRM oferece. Aguardando a nova programação para poder viajar com vocês de novo!

Renan Benavides

São Paulo, 28 anos

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Participante das expedições:
Guatemala, Patagônia e Jalapão

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E lá estava eu, em minha terceira expedição e dessa vez nem imaginava o que viria pela frente. O destino foi a Guatemala, país esse que nunca passou pela minha cabeça conhecer, porém a gana pelo desconhecido e o desafio de subir um vulcão ativo me fez mais uma vez largar minha rotina e encarar mais essa com a LRM. Já haviam sido dois destinos antes da Guatemala: Patagônia e Jalapão. Nos dois voltei outra pessoa e isso motivado pelo aprendizado que esses “guris” a cada dia expeliam. Não em forma didática, mas por atitudes ou às vezes até por brincadeiras de 5ª série. hahaha Às vezes por respeito a natureza e muita outras pela sensibilidade de entender e respeitar os limites e as diferenças de cada integrante de expedição, tornando o grupo unido e buscando tornar aquela viagem a da vida de cada um.

Houveram duas situações que me marcaram muito e me fizeram compreender o verdadeiro significado de “empatia”, ambos momentos onde eu estava no meu limite físico. O primeiro foi na trilha da Laguna de los Tres, na Patagônia, a -17º e com muito vento, cheguei no topo com muito esforço e completamente exausto. Naquele momento o Gui, que estava nos guiando, veio e abraçou um por um em um gesto que coroou o nosso esforço ao atingir aquele ponto e ao mesmo tempo mostrando o quanto cada um ali era importante pra ele. O segundo foi ao me aproximar a 700 mts de distância da cratera do Vulcão Fuego, na Guatemala. Completamente exausto, havia chego no meu limite físico e psicológico. Após 7 horas de trilha para o acampamento base, fomos em busca do ponto mais próximo da cratera de uns dos vulcões mais ativos do mundo. Em mais 2h caminhada, ali sai do meu corpo e só pensava em desistir. Quando chegamos ao topo, onde mal conseguia controlar meu movimentos e meu pensamentos, tive apenas força para sentar abaixar minha cabeça e chorar. Ao fundo o barulho do vulcão com toda sua magnitude me arrepiava e nesse mesmo momento o Gui sentou ao meu lado me abraçou e chorou junto. Não foram choros de tristeza, mas como se nossas almas estivessem sendo lavadas. Ali tive a maior experiência da minha vida.

Afonso Leite

Pilar do Sul, 27 anos

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Participante da expedição:
Patagônia

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Quando eu decidi viajar em 2019, eu sabia que teria que ser com a La Ruta Madre. E foi aí que começaram os meus 6 mil quilômetros de estradas até encontrar aqueles delinquentes na Patagônia, rumo a dividir os dias em subir montanhas de ressaca, voltar para o bar, chegar tarde nos hostels, acordar os gringos e se preparar para a próxima aventura. Foram dias pagando pouco por uma das melhores cervejas que já tomei na vida, roubando pizzas de berinjela (achando que era panceta), mancando na trilha com o joelho inchado e entrando na água fria de lagunas (só pra sentir doer o osso); fazendo amizades com marinheiros chilenos pervertidos e se cagando de medo de apanhar em um bar no fim do mundo.

Passada a expedição, permaneci na Patagônia por mais uns dias, mas isso não me livrou da LRM. Sobrou para eu correr contra o tempo a procura de passagens e alugar carro para resgatar os delinquentes de passar o natal na fantasmagórica Rio Gallegos! Pois é. Você dá a mão, fica amigo dos caras, e de repente eles já tomaram o braço.

Eu que queria apenas conhecer a Patagônia, acabei vivendo ela.

Felipe Guimarães

Salvador, 31 anos

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Participante da expedição:
Patagônia

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Eu vim aqui quase que obrigado (zoando com um pingo de verdade, é claro)!

Falar da La Ruta Madre é lembrar dos momentos bons que vivi em 2019 quando viajei com 14 vagabundos para a Patagônia. Velho (gíria baiana), foi surreal!

A viagem foi um presente para mim e desde o início a rapaziada fez de tudo para que desse certo. Eles não medem esforços para ajudar a realizar sonhos (não sei se bons ao certo). Sozinho, saí da Bahia para fazer a minha primeira viagem internacional com pessoas que eu não conhecia e foi incrível. O grupo, talvez em razão do espírito dos membros da firma, é sensacional. São pessoas que estão buscando autoconhecimento, regado a muito Fernet e cerveja (não pode faltar), o que permite um clima de descontração maravilhoso.

Mas não só de farra vive o homem, não é mesmo?! O pessoal é extremamente profissional, são super atenciosos e cuidadosos com todos aqueles que fazem parte do grupo de viagem. Estão sempre à disposição para ajudar, melhorando ainda mais a experiência. A proposta são lugares não convencionais, diferente de tudo aquilo que você encontra em catálogos de empresas de turismo. O que é bem maneiro, uma vez que você não se prende ao turismo puramente comercial. Você vive a experiência de um “nativo”.
A sensação que tive foi a de que não basta viajar, mas sim viajar com as pessoas certas, as quais despertam o melhor em você. Como disse Henry Miller “o destino não é só um lugar, mas uma nova forma de ver as coisas.”

Eu não sei se realmente a firma é a melhor opção de viagem, que fique bem claro! No entanto, eu sei que a experiência vivida, somada aos serviços prestados e a amizade sem interesse foram demasiadamente importantes para eu vir aqui, perder alguns minutos da minha vida para deixar esse depoimento.

Ah, outra coisa…
A galera é tão multifuncional que resolvem até os problemas do coração, me arrumando até uma namorada HAHAHA. Não vejo a hora de poder voltar a participar das trips organizadas pela família La Ruta Madre, os quais, hoje, tenho como amigos/irmãos.

Alerta: nunca mais vocês vão conseguir se livrar desse pessoal. Sabe aquelas pessoas que ligam para você pedindo uma doação por telefone? Na La Ruta Madre é a mesma coisa. Cuidado!

Ps.: Se beber e viajar, não faça tatuagem.

Fernando Medina

São Paulo, 34 anos

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Participante das expedições:
Patagônia e Atacama

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Montanhas, glaciares, vulcões e desertos são, provavelmente, foram o motivo de você ter chego até aqui. Comigo foi assim também. E, sim! Tudo isso vai ser uma moldura foda para a experiência que você escolheu viver quando embarcar na próxima expedição.

Amizades, superação, adrenalina, comemorações e tantos outros sentimentos que não se podem comprar, estarão fatalmente incluídos ao longo dos dias em que você estiver nessa viagem.

Poder provar do gelo patagônico ao ar seco e rarefeito do Atacama, tendo ao meu lado pessoas que amam aqueles lugares e que sobretudo se encantam em ver teus olhos brilharem com o novo mundo que se abre, foi a explicação mais clara para as lágrimas derrubadas nas últimas noites das expedições.

Após essa trip algumas coisas podem mudar em sua vida, ou, em alguns casos, muita coisa… Não estranhe, acontece. Se acontecer, foi porque você mereceu!

E não se preocupe ocupando espaço em seu mochilão com expectativas, elas serão totalmente superadas. Quem não vai superar essa viagem no fim de tudo… é você!

Só vai!

Luciana Orlandini

Porto Alegre, 28 anos

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Participante da expedição:
Andina

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Quando eu falo sobre a La Ruta Madre, o único sentimento que vem na cabeça é gratidão (gratitude pros íntimos das expedições). Foi essa gente linda que me apresentou um estilo de viagem diferente, daqueles que a gente vive tudo com amor e intensidade, sabe?

Foi com eles que conheci pessoas incríveis que mantenho amizade até hoje e foi por causa dessas viagens que fiz mais tatuagens – todas com um significado importante. Foi através deles que pude conhecer lugares fora do comum e que mantenho guardada toda lembrança em fotografias maravilhosas.

Pensa em viajar, mas não quer o clássico/comum? SÉRIO, fala com a galera porque eles farão da sua viagem, a MELHOR (e cheia de trago para alegrar mais um pouco)!

Dri Favaro

Votuporanga, 33 anos

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Participante da expedição:
Patagônia

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Viajar com a La Ruta não é uma experiência tradicional. Você não vai simplesmente conhecer lugares já que o foco do pessoal é fazer com que você se sinta parte do local que estamos conhecendo, privilegiando as autênticas experiências da região. Misturado a isso, muito contato com a natureza, altas doses de risada garantida e uma galera que acaba virando sua família temporária, tamanha a conexão que a gente sente. A Patagônia é encantadora, mas arrisco dizer que a La Ruta faz triplicar esse encanto já que o Gui e o Gio conhecem e amam a região e transmitem esse amor e respeito para nós. Isso torna a experiência mais intensa.

Quem gosta de um rolê intenso, sem frescura e que gere conexão com o lugar, deve viajar com esses doidos! Eu vou mais vezes, com absoluta certeza!

Lais Sousa

Juína, 30 anos

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Participante da expedição:
Atacama

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Viajei com os meninos pro Atacama em outubro de 2019 e foi uma experiência maravilhosa. Desde a chegada, fomos muito bem recepcionados na Casa Sorbac. Nosso grupo era bem animado!

Se você tem algum receio de viajar sozinho, essa é uma ótima alternativa, pois com certeza vai conhecer muita gente boa. Os passeios foram muito bem organizados, comida incrível todos os dias! Recomendo muito e com certeza viajaria com eles de novo. O Gio, a Letícia e os meninos da Sorbac foram muito solícitos e nos enriqueceram muito com as trocas de experiências, foi demais!

Saudades, inclusive.

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